sexta-feira, outubro 21, 2005

Na Tua Falta

Agora há o céu sem estrelas
apenas nuvens pesadas e espessas;
o sol já se escondeu,
e a lua não apareceu.
Há agora todo um novo estado,
e nada tem as mesmas cores
e o ontem me parece distante.
Há também aquele velho sentimento,
a antiga solidão, vazio abismal
de quando tu não estás aqui.
Onde estás tu meu anjo?
Já passei pelas trevas do dia,
e a noite chegou e tu não vieste.
Hoje não és meu gardião,
ou vai surgir de alguma sombra,
com teu alvo sorriso e
doces carinhos, beijos e abraços?
A noite só é noite quando tu estás,
só há sentido quando te vejo e
inocente ou inconsequentemente,
alço vôo nas tuas asas.
Já me entreguei a ti,
pus-me a teus pés e serviço,
e só peço que carregues-me contigo
nas tuas asas pelos teus vôos.
Tento desesperadamente encontrar-te
nas minhas andanças,
viagens e devaneios.
Encontro-te sempre em minha
mente, coração e corpo,
como o mesmo sorriso
e o brilho nos olhos que iluminam minhas noites.
Anjo,
espero tuas doces palavras,
teus doces e alegres sorrisos,
com teus beijos doces e ternos,
por todo o tempo, o tempo todo,
minha criança protetora e
acima de tudo,
anjo amante.

18/10/2005

Procura

Te procuro em cada rosto,
te procuro em cada olhar,
te procuro em cada palavra,
nos gestos e em cada música.
Te procuro no céu,
te procuro no sol,
te procuro na luz e na escuridão,
te vejo nas estrelas e na lua.
Te procuro em cada flor,
te procuro nos espinhos,
te procuro nos cheiros e perfumes,
te procuro no que é belo.
Te procuro durante os dias,
te procuro nas noites,
te procuro em cada espaço de tempo,
te procuro segundo a segundo.
Te procuro por perto,
te procuro ao longe,
te procuro no que vejo,
te procuro no que não percebo.
Sempre te procuro...
Desesperadamente te procuro,
ao meu lado,
no meu espço.
Te encontro incontestavelmente,
com forte e marcante presença,
dentro de mim.

17/10/2005

terça-feira, outubro 11, 2005

Falta

Sinto tanto a falta
que não consigo não pensar.
Penso tanto na falta
que não consigo desligar.
Ligo-me tanto na falta
que não consigo mais escrever.
Escrevo tanto sobre a falta
que não consigo dizer mais nada.
Digo tanto sobre a falta
que já não sei mais nada.
Sei apenas da sua falta.

10/10/2005

Cansaço

Estou cansado de estar aqui,
rodeado por coisas que não conheço,
por pessoas ao mesmo tempo
tão conhecidas e tão estranhas,
capazes de tanta tristeza e
muitas falsas alegrias.
Estou cansado de procurar,
de andar por caminhos
que vão de magníficas paisagens
a montes pedregosos.
Cansado de não saber o que fazer,
de apenas deixar o tempo correr,
ou passar e escoar por entre meus dedos.
Cansado de não ter um fim maior,
e me deparar com a pequenez
desse nosso mundo às vezes tão sórdido.
Cansado de saber que esse mundo
não pode me oferecer nada mais,
nada além do que já tenho.
Cansado de viver dessa forma,
onde não pode ser à minha maneira.
Cansado de esconder o que é
ou está sendo importante,
não mostrar quem ou o quê é relevante.
Mas mesmo assim driblo a fadiga
e me levanto todos os dias,
pois é esse cansaço que me lembra
que continuo a viver.

08/10/2005