quinta-feira, setembro 29, 2005

Escrever

Sozinho, eu escrevo.
Escrevo pedaços de mim e de você,
pedaços de nós.
Sem você me lembro dos momentos,
dos risos, das vozes, brilho no olhar.
Lembro dos seus beijos, seu cheiro,
sua língua em mim, seu corpo,
meu corpo em você...
No escuro, sonho com isso tudo,
como se fosse um filme,
numa tela de cinema.
Em segredo, ouço seus sussurros
gemidos de amor misturados
com o ardor do desejo.
Fecho as paredes do meu mundo
para usufruir da sua intimidade,
preço para viver em não conformidade.
Tudo o mais ficou de fora
quando eu te trouxe para
dentro da minha vida,
vida minha.

27/09/2005

Ausencia

Não consigo me acostumar
com sua ausência a me atormentar.
Não posso encarar isso como uma doença,
mas sim como um vício.
Tomou conta dos meus órgãos
e controla meus sentidos
exigindo doses diárias de você.
Sinto seu calor quando
fecho os olhos e me lembro
dos seus lábios a me procurar.
Você me impregnou com sua presença.
Habituou-me à sua pele
com toques mistos de carinhos
e desejos secretos.
Agora apenas o quarto,
frio, solitário, e vazio de você.
Enquanto isso,
meu corpo pede e vibra
por todo o seu amor.
Por isso não consigo me acostumar
com sua ausência.
Tornou-se meu porto seguro,
para onde volto todo fim de dia,
depois de navegar por águas revoltas.
Anjo das minhas noites,
não me faça mais perder
preciosos momentos e minutos
a me lembrar
de você a me chamar,
e beijar, e tocar, e amar...
Vem e me prova,
toma do que é seu
e me encha com sua presença,
pois não quero me acostumar
com sua ausência a me atormentar.

26/09/2005

terça-feira, setembro 20, 2005

Meu Anjo e Demônio

Quem ou o quê é você:
Anjo ou demônio?
Anjo quando está perto,
que me mostra o céu,
abre-me as portas do paraíso e
faz-me voar e flutuar nas tuas asas.
Demônio quando está longe,
que me tira o chão,
deixa-me numa combustão interna e
põe-me num inferno tempestuoso.
Anjo quando me deixa provar
da seiva, mel da tua boca,
da maciez da tua pele e
do perfume do teu corpo.
Demônio quando me priva do teu hálito,
quando me queima com o fogo do teu corpo,
suga da minha essência e
foge para longe dos meus braços.
Onde está você meu anjo,
com a pureza dos teus beijos?
Onde está você meu demônio,
com teu olhar hipnotizador?
Vem meu anjo,
sacia minha sede de você,
dá-me mais um pouco dessa poção de amor.
Vem meu demônio,
invada meu mundo com tuas diversas faces,
e me prenda nesse mundo louco que é
teu corpo e teu sexo.
Rendo-me a ti,
anjo das minhas noites e
demônio dos meus dias.

19/09/2005

segunda-feira, setembro 19, 2005

Choro

Choro por mim.
Choro por minhas escolhas
choro por meus erros e acerts.
Choro por minhas derrotas e
choro também por minhas vitórias.
Choro pelas coisas que tive,
choro pelas coisas que abri mão de ter,
e choro também pelas coisas que ainda tenho.
Choro pelos meus frutos e
choro pelos frutos que escolhi não ter.
Choro pelos amigos que se foram
choro pelos amigos que ficaram.
Choro pelas oportunidades que passaram e
choro pelas chances que não aproveitei.
Choro por mim
choro pela minha vida
choro pelos meus segredos.
Choro enquanto sorrio pela minha felicidade.

16/09/2005

sexta-feira, setembro 16, 2005

Mais um pouco

Basta um poouco disto e
já me esqueço tudo de mim.
Mais um pouco daquilo e
não sou mais eu.
Nada obedece, minhas mãos,
minhas pernas e minha cabeça...
Tudo gira, tudo corre e voa.
Não, não basta,
quero mais.
Quero mais dessa sensação que
me liberta, enquanto escraviza,
que me leva a um novo mundo
cada vez que experimento.
E basta mais um pouco
só mais uma dose
do precioso elixir
que trás vida, luz,
e junto vem prazer,
fazendo juz a toda ansiosa espera.
Basta mais um pouco...
Fico esperando a noite,
e driblando os dias,
e sonhando.
Basta mais um pouco
e sei que serei feliz.
De um modo ou de outro,
mas só há um modo.
Ser eu mesmo?
Não, não basta isso.
Tem que ter mais um pouco.

15/09/2005

quarta-feira, setembro 14, 2005

...

Ainda me surpreendo
e às vezes me espanto
com toda essa velocidade.
Tudo vem como uma tempestade.
Num momento, tudo é claro,
limpo e previsível,
noutro é tudo cinza,
e noutro ainda, tudo se alaga.
Ritmo louco, frenético,
assim acontece.
Se num momento tenho
meu caminho claro,
não percebo mudanças,
e então, de repente, cá estou,
alagado e embriagado,
com todo esse prazer,
novo, inesperado, inusitado,
que me faz tão
dependente de você.

13/09/2005

Solidão

Sei que não posso ficar nem por um minuto sozinho
que essa tristeza recorrente me
invade e me consome.
Me vejo em ângulos diferentes
fazendo coisas que não quero
fazer nem pensar e não consigo
mais me olhar.
Passo por essas situações vivendo
ilusões que me vêm de momentos
e momentos se vão rápidos
como todas essas luzes que brilham
sobre mim nos meus sonhos.
Então não sou mais eu no comando
e minhas ações não são mais
fruto das minhas vontades ou
como deveriam ser.
Minhas palavras não parecem mais
saídas da minha boca
espelho de meus pensamentos.
Descubro que não gosto mais
das mesmas coisas mesmas pessoas
e nem as bocas que beijo
são iguais ou ainda que parecidas
tem gostos individuais.
Percebo meu corpo se consumir
enquanto consome o que não pode ser meu.
E a única coisa que minhas mãos
procuram é uma escada
para sair desse buraco escuro
que é essa solidão que me tortura.
Preciso por vírgulas e pontos
nisso tudo.


13/09/2005

quinta-feira, setembro 08, 2005

Novo Começo

Todo ano faço promessas sobre o que vou fazer por mim mesmo e pelos que me acompanham no meu caminho. E muitas das promessas eu esqueço ou perco pela estrada, andando por atalhos, por trilhas...
Desta vez, vou fazer diferente.
Meu ano começa hoje.
E a partir de hoje nao tenho mais promessas entusiásticas para cumprir, ou metas arrojadas, ou objetivos nobres.
Quero apenas seguir meu caminho, sendo sempre eu mesmo, sem medo de errar ou cair, sem medo de explorar esse mundo, sem medo do desconhecido ou do tempo que não pára, sem pressa de chegar a lugar algum, sem deixar de olhar para o lado e mostrar para quem quiser ver que:
"a vida depende mais das perguntas que fazemos do que das respostas que recebemos".
Quero travar todo e cada dia uma única batalha, que é a batalha por ser uma pessoa melhor do que fui ontem, sem esperar por recompensas, por medalhas ou glórias,
porque sei que as pessoas que estão comigo, não esperam, de mim, nada além disso.

08/09/2005

Mudanças

Mais uma mudança e vem um novo sol,
um novo astro e um novo brilho.
As coisas tomam seu rumo.
Certo? errado? não sei...
é um novo rumo.
Agora tudo parece brilhante,
atraindo-me como a luz atrai insetos,
iluminando cada novo momento.
Essas mudanças, essas luzes, com outras nuances.
Novas cores, novos ares, com novos sabores.
Sem palavras ou promessas,
apenas cumplicidade, simplicidade
e a cada toque, felicidade.
E um novo dia vem,
novos momentos, esperas, e ansiedade.
Quando o dia vai,
vai também a ansiedade e a longa espera,
ficam momentos,
celebrados com sinceridade e toques de felicidade
com um novo brilho de um novo sol.
Nessa mudança constante,
um novo universo para se descobrir,
com possibilidades variadas
num novo rumo, novo caminho,
com um novo astro
que brilha no fim e início
de cada dia.

07/09/2005

sexta-feira, setembro 02, 2005

Onde o amor morre...

Descobri que o amor não morre, apenas se esquece.
Um amor que é mais por si, não se dá.
Esquece-se do amor, almejando o altruísmo,
mas no seu egoísmo, faz não pelo prazer de fazer,
mas pensando no receber.
E me pergunto: que amor é ese?
Um amor que não perdoa?
Nada quer se não for como quer?
Ou não perdoa porque é amor?
Descobri que o amor não morre, apenas adormece.
Dói pela ausência, pela não presença,
machuca-se pelo silêncio, e quer ferir pela abstinência.
Os verdadeiros motivos se perdem,
os reais sentidos se esvaem.
Não se sabe mais falar. E amar?
Que amor é esse que não cai no espaço?
Não esquece os fatos ou abre os braços?
Troca o dar, deixa o tocar,
leva-se pelo falar, esquece-se de mostrar,
não brilha mais no olhar.
Descobri que não morre o amor, mas não basta amar.
é preciso dar muito mais que cobrar,
é necessário rir sempre para nunca chorar,
sempre respeitar para nunca se indignar,
já que amar é nunca esperar,
pois cada um tem seu tempo e jeito de amar.

09/09/2003

quinta-feira, setembro 01, 2005

Vento

O vento me traz o que deixe passar...
Coisas vieram a mim, pessoas vieram, sonhos foram, luzes se apagaram,
mas era apenas o vento,
soprando e levando e trazendo.
E o vento me trouxe o perfume
e o perfume está em mim,
mesmo já tendo passado o vento.
E me trouxe algo novo,
esperanças que me acompanham,
que me levantam
mesmo agora que o vento se foi.
E o vento trouxe também mudanças,
conscientes e impostas.
Mas o vento que traz também leva...
E vem o gosto de tantas coisas
com um novo vento que passa;
uns gostos ficam, outros passam.
Este vento passa,
mas fica a certeza
de que um novo vento venha,
e a esperança de que ele também me leve.